Deslocando a catástrofe: arte, limbos e pulsos
Editores convidados: Camila Duque-Jamaica y Santiago Lemus
CHAMADA PARA ARTIGOS
DATA LIMITE: 15 de janeiro de 2025
Este dossiê convoca vozes que, por trás da imagem do desastre e a iminência da morte, revertem o paradigma catastrófico: aquelas que enfrentam panoramas fatalistas que não deixam perceber o espaço como um nicho de possibilidades e que descrevem o tempo como estático e rígido, apresentando a morte como o fim. É a relação vida-morte um conceito binário?
Dessa forma, este número faz chamado de relatos que incorporem um pensamento fúngico e uma atitude vírica que como a arte sobrevive, transforma, contamina e prospera. Práticas artísticas (música, artes plásticas e visuais, artes cênicas e possíveis mutações disciplinares) que atravessam diversos saberes e disciplinas, aquelas que procuram transduzir com o outro, passar entre corpos a vibração que é capaz de produzir inerentemente movimento.
Invocamos corpos que vislumbrem as pulsações do mundo: vidas latentes ou formas de cadáveres, entidades em persistente decomposição ou germinação, presenças no limite ou no entrecruzamento do letal e o vital, lutas entre a vida e a morte. Corpos que agenciam processos criativos por causa do avistamento, capazes de assumir uma e mil maneiras de refletir, destacar, ouvir, cercar, replicar, observar ou tornar sensíveis esses gestos em textos de reflexão ou pesquisa. Acaso não é aí onde é possível encontrar horizontes para reincorporar imagens do passado, acompanhar nascimentos e enterros e imaginar tempos futuros?